segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Integrar para adaptar


Segundo dados do Intergovernamental Pannel on Climate Change (IPCC), o Aquecimento Global e as Mudanças do Clima (MCs) são fatos e suas consequências são frequentemente observadas na mídia: furacões presentes em locais nunca antes registrados, enchentes catastróficas pelo mundo, ciclones mais intensos e frequentes, fortes ressacas que consomem cidades, estiagens que acabam com plantações. A situação atual demanda atenção especial, pois vivemos em um país pouquíssimo preparado para eventos adversos do clima. O Instituto Ilhas do Brasil (IIB), ONG fundada em 2005 em Florianópolis (SC), ciente da alta exposição das ilhas e das áreas costeiras diante da poderosa ação do mar e dos ventos, vem desenvolvendo projetos que buscam aumentar a resiliência de comunidades destas localidades através do estímulo a uma cultura de percepção de risco e vulnerabilidade ambiental. A importância de se trabalhar esse tema é clara para as mais diversas instituições e atores sociais, no entanto quando a proposta é refletir valores enraizados na sociedade e mudar atitudes cotidianas, o assunto acaba sendo colocado entre as últimas prioridades. Diante desta situação, o IIB identificou a necessidade de se oportunizar um espaço de articulação entre os diferentes setores da sociedade em busca do fortalecimento de suas ações de adaptação às MCs. Em setembro de 2011, a ONG realizou a II Conferência Ilhas Marinhas do Brasil (II CIMBRA) com a ousada tarefa de Integrar para Adaptar. O evento foi dividido em quatro painéis, os quais abrangeram a Adaptação às MCs como estímulo para o Desenvolvimento Sustentável, buscando identificar as possibilidades de integração entre os diferentes setores da sociedade na promoção de ações para adaptação no âmbito internacional, nacional e estadual. Também contou com o espaço “Diálogos sobre Territórios Urbanos Insulares” reservado para a apresentação de tecnologias apropriadas à adaptação de ambientes insulares voltadas para a Mobilidade Urbana, Modelos Construtivos de Baixo Impacto e Energias Alternativas, e valorizando o papel das ilhas na Conservação da Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. Como resultado geral da II CIMBRA, podemos afirmar com segurança que tivemos êxito com a proposta de Integrar para Adaptar, pois o evento: Utilizou como dinâmica dos painéis o estímulo para que os setores governamentais, privados e sociedade civil organizada pudessem se posicionar de maneira igualitária, permitindo reflexões sobre o tema das MCs sob diversas perspectivas; Enfatizou aos participantes de que a adaptação para eventos climáticos extremos só é possível se existir uma corresponsabilidade entre os diversos setores da sociedade, que fortalecem suas ações ao interagir entre si; Articulou reais parcerias entre pessoas e instituições para viabilizar ações ligadas ao desenvolvimento sustentável e adaptação às MCs.