A Missão do Instituto Ilhas do Brasil é empoderar pessoas e instituições para os desafios da sustentabilidade.
O Instituto assume que o cenário de mudanças climáticas já atinge o Brasil de forma contínua e sem uma perspectiva breve de reversão. Esta postura foi estimulada pelo reconhecimento internacional para o Primeiro Furacão registrado para a costa brasileira em março de 2004, onde somente este evento causou a destruição de cerca de 35.000 residências.
Por isso, em maio de 2007, em Florianópolis, foi realizada a Conferência Ilhas Marinhas do Brasil - CIMBRA cujas temáticas centrais foram as relações entre os cenários de mudanças climáticas globais com a conservação da biodiversidade e as estratégias de adaptação para as populações humanas que ocupam as ilhas brasileiras. O principal resultado da CIMBRA foi a criação da Rede Ilhas Marinhas do Brasil.
A proposta de construção da Rede Ilhas Marinhas do Brasil foi elaborada pelo Grupo Gestor do Instituto Ilhas do Brasil, em compatibilidade com as leis nacionais e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. As temáticas da Rede Ilhas Marinhas do Brasil, foram legitimadas pela articulação entre 29 painelistas (Brasil, Uruguai, Sri Lanka e França), de 8 estados brasileiros, pertencentes a 25 diferentes instituições e Representantes de Universidades, Municípios, Órgãos Estaduais, Ministérios, Empresas, Organizações do Terceiro Setor, Pesquisadores e estudantes.
A Rede Ilhas Marinhas do Brasil está norteada por sua Carta de Princípios e pelo documento intitulado Sistematização Geral dos principais resultados dos Grupos de Trabalho realizados durante a Conferencia Ilhas Marinhas do Brasil - CIMBRA. Florianópolis, maio de 2007.
Esta iniciativa busca atender um chamado do Global Island Partnetship (2005), Barbados Programme of Action (1994) Mauritius Strategy (2005), o Millenium Ecosystem Assessment (2005) e o Plan of Implementation of the World Summit on Sustainable Development (2002) e a inserção do Brasil no cenário internacional como um importante país de ilhas.
Para cumprir seu objetivo, a Rede Ilhas Marinhas do Brasil estará sinalizando para:
- Identificação de áreas geográficas prioritárias de ação.
- Sensibilização das comunidades que vivem nas ilhas sobre o cenário de mudanças climáticas.
- Sinalização da ampliação dos riscos de impactos negativos de desastres naturais em função da ocupação humana desordenada e da pressão da atividade turística.
- Estruturação de um banco de dados sobre a biodiversidade e outras informações.
- Sensibilização das comunidades que vivem nas ilhas sobre os riscos da introdução de espécies exóticas invasoras.
- Capacitação de diferentes grupos focais que tenham interesse na temática das ilhas sobre o cenário de mudanças climáticas.
- Estruturação de programas de revitalização e desenvolvimento das ilhas que permitam o empoderamento das comunidades tradicionais.
- Implantação de tecnologias de ganho socioambiental.
Entende-se por tecnologias de ganho social
- O uso de tecnologias limpas para a produção de energia, em especial a energia solar.
- O uso de tecnologias que otimizem o uso da água, tanto para a captação, armazenamento, purificação, reutilização e aquecimento.
- O uso de tecnologias para a proteção de mananciais e nascentes.
- O uso de tecnologias de transporte que utilizem fontes limpas de energia, em especial as bicicletas e veleiros.
- O uso de tecnologias de produção e armazenamento de alimentos que otimizem os recursos naturais, em especial a água e o espaço.
- O uso de tecnologias de construção que otimizem os recursos naturais.
- O uso de tecnologias de comunicação móvel que permitam a democratização do conhecimento e acesso a informação, em especial, em situações de emergência.
Florianópolis, 26 de junho de 2007.
Alexandre Guimarães Só de Castro
Diretor Geral do Instituto Ilhas do Brasil
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